Escravidão no BrasilA escravidão no Brasil foi um dos principais pilares do período colonial, gerando lucros, exploração e constituindo peça fundamental na formação da população brasileira.Os africanos capturados eram convertidos em força de trabalho no ambiente colonial brasileiro.
Durante o Brasil Colonial, a
mão-de-obra escrava foi de suma importância para a exploração das
riquezas. Portugal – pretendendo dar sustentação ao seu modelo de
colonização exploratória – buscou na exploração da força de trabalho dos
negros uma rentável alternativa. Além de viabilizar a exploração das
terras brasileiras, o tráfico negreiro potencializou o desenvolvimento
de outras atividades econômicas.
O transporte de escravos motivou a
produção de um maior número de embarcações que realizassem tal serviço. A
sustentação das populações escravas na colônia também incrementava os
lucros da metrópole ao demandar o consumo de tecidos de algodão e outros
produtos manufaturados. Ao longo de todo nosso processo de colonização,
o tráfico negreiro foi responsável pela introdução de aproximadamente 4
milhões de africanos pertencentes às mais diferentes culturas e etnias.
Ao contrário do que muitos imaginam, a
questão da escravidão era inerente a algumas culturas africanas. Na
grande maioria das vezes, os portugueses firmavam um tipo de acordo
comercial com líderes tribais que se responsabilizavam pela obtenção de
escravos. Depois de capturados, esses eram entulhados no porão de um
navio negreiro onde passavam por lastimável situação. Muitos dos
capturados acabavam falecendo no interior do navio devido à falta de
mantimentos ou a superlotação.
Chegando
ao Brasil, os africanos capturados eram tratados como “bens semoventes”
a serem exibidos nos pontos de comercialização. Evitando a organização
de uma possível rebelião, os comerciantes de escravos tinham o cuidado
de separar os escravos que tivessem algum tipo de laço afetivo ou
familiar. Ao serem obtidos por um grande proprietário de terras, esses
escravos eram alocados em uma habitação coletiva chamada de senzala.
A rotina de trabalho imposta aos escravos
era extremamente pesada. Todo tipo de trabalho braçal era destinado a
esses trabalhadores. Para fiscalizar o cumprimento de suas tarefas
diárias, o fazendeiro contava com o auxílio de um capataz responsável
pela vigilância e a punição dos subordinados. Os maus tratos, as
excessivas horas de trabalho e a má alimentação faziam com que um
escravo adulto tivesse uma expectativa de vida de, no máximo, dez anos.
Uma minoria dos escravos não partilhava
dessa dura realidade. Alguns escravos de maior confiança eram utilizados
para as tarefas em ambiente doméstico e dormiam em instalações
próprias. Nos centros urbanos também haviam os chamados “escravos de
ganho”, que não eram utilizados em tarefas que exigiam esforço físico.
Em geral, esses escravos eram responsáveis pela comercialização de bens
manufaturados ou na administração de um pequeno comércio.
A condição humilhante da grande maioria
dos escravos motivava a realização de revoltas ou a adoção de outras
estratégias de resistência. Muitos escravos organizavam fugas e
procuravam formar comunidades independentes do poder do senhor de
engenho. Essas comunidades eram mais conhecidas como quilombos e
desafiavam o modelo de organização social imposto pela administração
colonial. O mais famoso desses quilombos fixou-se na região de Alagoas
com o nome de Palmares.
Sendo uma experiência histórica que marcou
o desenvolvimento de toda a sociedade brasileira, a escravidão ainda
reverbera com bastante força na contemporaneidade. A questão do
preconceito racial ainda reflete o sectarismo que definiu a posição
subalterna reservada aos negros. Hoje em dia, movimentos de afirmação da
identidade negra e ações governamentais tentam dar fim a esse processo
de exclusão constituído ao longo de séculos.
Por Rainer Sousa
FONTE: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/escravidao-no-brasil.htm
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sábado, 16 de setembro de 2017
Escravidão no Brasil
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“Se eu fosse a um antiquário, só teria olhos para as coisas velhas.
Mas, sou um historiador, é por isso que amo a vida”.
Marc Bloch