Absolutismo é o nome dado ao sistema político e administrativo que predominou nos países da Europa na época do denominado "Antigo Regime" (correspondente ao período entre os séculos XVI e XVIII).
Este sistema é originário das mudanças ocorridas no continente ao final da Idade Média,
onde na maioria das regiões da Europa acontece o fenômeno da
centralização política nas mãos do rei, auxiliado pela classe burguesa.
Os comerciantes e financistas visavam vantagens econômicas, como por
exemplo o fim de diversos impostos e taxas existentes em regiões de um
mesmo país em mãos de líderes regionais diferentes. Por outro lado, o
monarca naturalmente buscava um sistema de governo onde pudesse exercer o
máximo de seu poder, sem interferência da igreja nem dos senhores
locais.
Deste modo, surge o absolutismo, onde o rei exerce o poder de forma
indiscriminada, com mínima interferência de outros setores da sociedade,
e a classe burguesa apoiadora do monarca poderá prosperar com a
unificação do poder nas mãos de um indivíduo em que confiam e que os
auxilia a manter um comércio de proporções nacionais (em certos casos,
até internacionais). Além disso, os negociantes financiariam os diversos
projetos do monarca, e em troca, conseguiriam participações
substanciais nos negócios do Estado.
Com o absolutismo o rei concentrava todos os poderes, criando leis
sem aprovação da sociedade, além de impostos e demais tributos de acordo
com a situação ou um novo projeto ou guerra que surgisse. Além disso, o
monarca interferia em assuntos religiosos, em alguns casos controlando o
clero de seu país.
A nobreza que acompanhava o monarca era uma classe exclusivamente
parasitária, geralmente vivendo na corte do rei, e não tendo ocupação
definida, a não ser o apoio irrestrito ao rei e o controle militar de
certa região a favor do monarca. Qualquer oposição oriunda das camadas
mais populares podia ser violentamente reprimida pelas forças do rei.
Note-se que absolutismo e despotismo, apesar de similares, diferem pelo fato de o absolutismo ter uma base teórica (Jean Bodin, Thomas Hobbes, Nicolau Maquiavel)
e o despotismo ser uma espécie de corrupção do absolutismo, onde o
monarca age deliberadamente sem qualquer preocupação teórica, social,
política ou religiosa.
A prática econômica predominante no período absolutista era a do mercantilismo.
A característica marcante deste sistema é uma intervenção latente do
Estado nos negócios financeiros, onde predominava a ideia de que o
acúmulo de riquezas proporcionaria necessariamente um maior
desenvolvimento do Estado. Esse acúmulo de riqueza traria prestígio,
poder e respeito internacional. O sistema era marcado pela proteção
alfandegária, altas taxas para produtos estrangeiros, metalismo (acumulação de metais preciosos), pacto colonial (onde
as colônias eram fechadas ao comércio com outros países que não a
metrópole), balança comercial favorável, e a industrialização do país.
Em grande parte dos países europeus, o sistema escolhido para
substituir o Antigo Regime foi a República, com outros decidindo por
manter a monarquia, mas agora atuando sob a tutela de um parlamento eleito popularmente e agindo sob a letra de uma Constituição.
Por :
Emerson Santiago em Info Escola.
Emerson Santiago em Info Escola.
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“Se eu fosse a um antiquário, só teria olhos para as coisas velhas.
Mas, sou um historiador, é por isso que amo a vida”.
Marc Bloch