Ditadura Militar no Brasil (1964-1985)
Por Da Redação
Antecedentes do golpe
Entre 1964-85, o Brasil viveu sob uma ditadura militar. Durante o governo do presidente João Goulart, que foi derrubado por um golpe de Estado, um tema que ganhou importância crescente foram as reformas de base. O Brasil tinha vivido grandes transformações desde os anos 1940, de modo que, ao assumir o cargo, Jango encontrou muitos problemas sociais e econômicos que precisavam ser resolvidos.
Entre 1964-85, o Brasil viveu sob uma ditadura militar. Durante o governo do presidente João Goulart, que foi derrubado por um golpe de Estado, um tema que ganhou importância crescente foram as reformas de base. O Brasil tinha vivido grandes transformações desde os anos 1940, de modo que, ao assumir o cargo, Jango encontrou muitos problemas sociais e econômicos que precisavam ser resolvidos.
Setores da
sociedade, como a classe média e a Igreja Católica, temiam o avanço do
movimento comunista, em quem o presidente buscava cada vez mais apoio.
Latifundiários ficaram preocupados com a reforma agrária e a tensão que ela
poderia gerar no campo. Empresas multinacionais se sentiram prejudicadas com os
limites impostos à remessa de lucros para o exterior. Os militares também
passaram a apontar o perigo que as mobilizações populares representavam para a
democracia, ao subverterem a ordem e a paz.
Nesse
cenário de intensa agitação e radicalização política, o golpe contra João
Goulart veio dos segmentos mais conservadores. A intervenção dos militares
contou com o apoio civil, inclusive no Congresso Nacional, que oficializou um
golpe contra um presidente constitucionalmente eleito. Muitos civis que
apoiaram a intervenção pensaram que o golpe se resumiria ao afastamento de João
Goulart, ao restabelecimento da ordem e à passagem do poder novamente aos
civis, o que, no entanto, só ocorreu 21 anos depois.
“Milagre econômico”
Ao longo da ditadura, o Brasil foi governado por 5 generais (e, por um breve período, em 1969, também por uma Junta Militar). Do ponto de vista econômico, o primeiro governo militar tomou uma série de medidas visando superar a crise herdada do período anterior. Porém, elas não surtiram o efeito esperado imediatamente, o que, somado à crescente repressão, suscitou as primeiras críticas por parte daqueles que tinham apoiado o golpe.
Ao longo da ditadura, o Brasil foi governado por 5 generais (e, por um breve período, em 1969, também por uma Junta Militar). Do ponto de vista econômico, o primeiro governo militar tomou uma série de medidas visando superar a crise herdada do período anterior. Porém, elas não surtiram o efeito esperado imediatamente, o que, somado à crescente repressão, suscitou as primeiras críticas por parte daqueles que tinham apoiado o golpe.
Entre
1968-73, o país viveu o chamado milagre econômico. As exportações triplicaram,
o Produto Interno Bruto ficou acima de dois dígitos e a inflação recuou para
20% ao ano em média. Grandes obras foram iniciadas nesse momento (Ponte-Rio
Niterói, Itaipu, Transamazônica), revelando a grandeza do Brasil e de sua
economia. A conquista da Copa de 1970 contribuiu para a propaganda oficial, que
anunciava o destino do país em ser uma potência, a começar pelo futebol.
Todos os
setores da sociedade se beneficiaram do boom econômico, porém, de maneira
crescentemente desigual. Com o passar do tempo, a modernização conservadora da
economia tendeu a aprofundar as desigualdades entre os mais ricos e os mais
pobres. Os efeitos sociais desse processo, como greves por melhores salários,
por exemplo, só puderam ser controlados porque o Brasil vivia sob uma ditadura.
Repressão
As primeiras medidas repressivas foram tomadas logo depois do golpe, com cassações de mandatos, suspensão de direitos políticos, demissões de funcionários públicos e expulsão de militares das Forças Armadas. A Operação Limpeza buscou eliminar todos os elementos identificados com o período anterior ou considerados ameaçadores para os objetivos do novo regime. A Operação Condor, por sua vez, articulou a ditadura brasileira com outros regimes militares da América do Sul para identificar a perseguir inimigos.
As primeiras medidas repressivas foram tomadas logo depois do golpe, com cassações de mandatos, suspensão de direitos políticos, demissões de funcionários públicos e expulsão de militares das Forças Armadas. A Operação Limpeza buscou eliminar todos os elementos identificados com o período anterior ou considerados ameaçadores para os objetivos do novo regime. A Operação Condor, por sua vez, articulou a ditadura brasileira com outros regimes militares da América do Sul para identificar a perseguir inimigos.
Os partidos
foram dissolvidos e adotou-se o sistema bipartidário, a fim de controlar a
oposição parlamentar. Ao mesmo tempo, uma série de medidas de exceção foi
aprovada com objetivo de controlar qualquer antagonismo político. O principal
deles, certamente, foi o Ato Institucional n. 5, aprovado em 1968 e considerado
um verdadeiro golpe dentro do golpe. Entre outras providências, o AI-5
eliminava o habeas corpus para crimes políticos.
Com o
fechamento da ditadura, em 1968, parte da oposição seguiu pelo caminho da luta
armada, promovendo ações de guerrilha urbana e rural. Seus militantes foram as
principais vítimas dos atos de tortura cometidos durante o regime. Muitos
acabaram assassinados, outros desapareceram e dezenas seguiram para o exílio.
Também houve baixas entre os militares e civis inocentes.
O retorno à democracia
Em 1974, um novo governo assumiu prometendo democracia, assim como todos os anteriores. A abertura “lenta, gradual e segura”, que terminaria apenas em 1985, com a eleição do primeiro presidente civil desde o golpe, contemplava várias medidas importantes, como a suspensão da censura e da legislação de exceção, o retorno do pluripartidarismo e a anistia política.
Em 1974, um novo governo assumiu prometendo democracia, assim como todos os anteriores. A abertura “lenta, gradual e segura”, que terminaria apenas em 1985, com a eleição do primeiro presidente civil desde o golpe, contemplava várias medidas importantes, como a suspensão da censura e da legislação de exceção, o retorno do pluripartidarismo e a anistia política.
Em todas
elas o governo sempre buscou manter o controle sobre o processo de abertura,
numa política de avanços e recuos que visou conferir aos militares uma posição
politicamente confortável no regime democrático que se aproximava.
Porém, as
greves dos metalúrgicos no ABC paulista, a mobilização pela anistia ampla geral
e irrestrita e a campanha pelas Diretas Já! foram alguns exemplos de que a
sociedade, novamente mobilizada, estava disposta a contestar o projeto oficial.
As oposições, dentro e fora do Congresso, buscaram ampliar os limites da
abertura, tomando para si a iniciativa política em relação a temas sensíveis
como as condições de vida, de trabalho, os crimes cometidos pela repressão e os
direitos de cidadania, como o direito ao voto direto.
Resumo dos governos militares
Presidente – Mandato – Fatos
Presidente – Mandato – Fatos
Castello Branco 1964-67
– Instituiu o bipartidarismo, com o MDB e a Arena
– Executou as primeiras medidas repressivas da ditadura
– Aprovou a Constituição de 1967
– Instituiu o bipartidarismo, com o MDB e a Arena
– Executou as primeiras medidas repressivas da ditadura
– Aprovou a Constituição de 1967
Costa e Silva 1967-69
– Assinou o Ato Institucional n. 5
– Em seu governo iniciou-se o ciclo do milagre econômico
– Enfrentou a luta armada de esquerda
– Assinou o Ato Institucional n. 5
– Em seu governo iniciou-se o ciclo do milagre econômico
– Enfrentou a luta armada de esquerda
Médici 1969-74
– Seu governo representou os anos de chumbo
– Derrotou a esquerda que pegou em armas
– Seu governo representou os anos de chumbo
– Derrotou a esquerda que pegou em armas
Geisel 1974-79
– Lançou a proposta de abertura lenta, gradual e segura
– Suspendeu a censura à imprensa e o AI-5
– Lançou a proposta de abertura lenta, gradual e segura
– Suspendeu a censura à imprensa e o AI-5
Figueiredo 1979-85
– Enfrentou uma grave crise econômica
– Aprovou a eleição direta para presidente a partir de 1988
– Foi o primeiro presidente desde 1964 a não fazer o sucessor
– Enfrentou uma grave crise econômica
– Aprovou a eleição direta para presidente a partir de 1988
– Foi o primeiro presidente desde 1964 a não fazer o sucessor
FONTE:http://memoriasdaditadura.org.br/?gclid=EAIaIQobChMIgJLi48Tx1gIVTAaRCh1VUgyhEAAYASAAEgK1RPD_BwE
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“Se eu fosse a um antiquário, só teria olhos para as coisas velhas.
Mas, sou um historiador, é por isso que amo a vida”.
Marc Bloch