sábado, 7 de maio de 2016

A DESCOBERTA DO OURO EM MINAS GERAIS.





O sonho português de encontrar metais preciosos em sua maior colônia concretizou-se entre as décadas de 1690 e 1700. Foi quando, em uma região que recebeu o nome de Minas Gerais, ocorreram os primeiros achados de minas de aluvião, ou seja, áreas próximas às margens de rios, em que as águas depositam uma mistura de areia, ouro, argila e cascalho. Os trabalhadores das minas utilizavam uma pequena enxada para cavar o solo e jogavam a mistura na bateia – vasilha redonda com uma parte mais funda no meio -, que era girada de um lado para o outro para que os grãos de ouro se depositassem no fundo.
Além de Minas Gerais, foram descobertas minas de ouro em Mato Grosso (1718) e Goiás (1725). Em 1729, na zona do Arraial do Tijuco, na atual cidade mineira de Diamantina, foram descobertos diamantes. Durante o século XVIII, o Brasil tornou-se o maior produtor mundial de ouro e de suas jazidas foi extraído mais ouro do que em todas as colônias americanas da Espanha durante 300 anos.
Quando a exploração do ouro de aluvião de sinais de esgotamento, a prospecção começou a ser feita nas encostas dos morros, por meio de escavações. A descoberta de uma mina deveria ser imediatamente comunicada à autoridade local -  o superintendente. O autor do achado tinha o direito de escolher um lote chamado data. Uma segunda data era escolhida pela Fazenda Real, que depois a vendia, e as demais eram leiloadas entre os interessados; a preferência cabia a quem possuísse mais escravos.

O imposto mais importante cobrado sobre a atividade mineradora era o quinto, ou seja, o governo português recebia 20% de todo o ouro extraído. Para evitar o contrabando, em 1719 foram criados as Casas de Fundição, nas quais todo ouro obtido deveria ser transformado em barras -  momento que era cobrado o quinto real. Em 1725 foi instituído o processo de derrama, a ser posta em prática toda vez que a arrecadação anual do quinto fosse inferior a 100 arrobas (cerca de 1,5 mil quilos) de ouro. A derrama era uma espécie de “contribuição compulsória” da população para atingir o total devido aos governantes portugueses.

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“Se eu fosse a um antiquário, só teria olhos para as coisas velhas.

Mas, sou um historiador, é por isso que amo a vida”.


Marc Bloch

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