O sonho português de encontrar
metais preciosos em sua maior colônia concretizou-se entre as décadas de 1690 e
1700. Foi quando, em uma região que recebeu o nome de Minas Gerais, ocorreram
os primeiros achados de minas de aluvião, ou seja, áreas próximas às margens de
rios, em que as águas depositam uma mistura de areia, ouro, argila e cascalho. Os
trabalhadores das minas utilizavam uma pequena enxada para cavar o solo e
jogavam a mistura na bateia – vasilha redonda com uma parte mais funda no meio
-, que era girada de um lado para o outro para que os grãos de ouro se
depositassem no fundo.
Além de Minas Gerais, foram
descobertas minas de ouro em Mato Grosso (1718) e Goiás (1725). Em 1729, na
zona do Arraial do Tijuco, na atual cidade mineira de Diamantina, foram
descobertos diamantes. Durante o século XVIII, o Brasil tornou-se o maior
produtor mundial de ouro e de suas jazidas foi extraído mais ouro do que em
todas as colônias americanas da Espanha durante 300 anos.
Quando a exploração do ouro de
aluvião de sinais de esgotamento, a prospecção começou a ser feita nas encostas
dos morros, por meio de escavações. A descoberta de uma mina deveria ser
imediatamente comunicada à autoridade local -
o superintendente. O autor do achado tinha o direito de escolher um lote
chamado data. Uma segunda data era escolhida pela Fazenda Real, que depois a
vendia, e as demais eram leiloadas entre os interessados; a preferência cabia a
quem possuísse mais escravos.
O imposto mais importante cobrado
sobre a atividade mineradora era o quinto, ou seja, o governo português recebia
20% de todo o ouro extraído. Para evitar o contrabando, em 1719 foram criados
as Casas de Fundição, nas quais todo ouro obtido deveria ser transformado em
barras - momento que era cobrado o
quinto real. Em 1725 foi instituído o processo de derrama, a ser posta em
prática toda vez que a arrecadação anual do quinto fosse inferior a 100 arrobas
(cerca de 1,5 mil quilos) de ouro. A derrama era uma espécie de “contribuição
compulsória” da população para atingir o total devido aos governantes
portugueses.
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“Se eu fosse a um antiquário, só teria olhos para as coisas velhas.
Mas, sou um historiador, é por isso que amo a vida”.
Marc Bloch